Cinco e Meia da Manhã

O dia passa. A noite continua. Às 5 e meia da manhã, tudo se resume a ti.

terça-feira, setembro 28, 2004

CINCO E MEIA DA MANHÃ XXI

Continuo à procura de uma coisa que não devia esperar.
Se calhar devia sentar-me e ler um livro enquanto não vem ter comigo.

Mas não sou capaz de ver passar o comboio e esperar que ele pare ao mesmo tempo que o maquinista me puxa para dentro dele.
Prefiro ser activo.
Sabe melhor quando corro atrás do comboio, por muito depressa que ele ande e me faça sentir que não vou apanhá-lo tão cedo.

Mas de uma coisa tenho a certeza:
Os comboios precisam de carvão para andar.
E de cada vez que este encostar para reabastecer, eu entro nele.
Bastam 5 minutos. Depois sou expulso por não ter bilhete.

E volto a correr até à próxima paragem.
Sempre assim, 5 minutos de cada vez.
Mas é o que basta para que a vontade não acabe.

São 5 e meia. Cheguei ao meu apeadeiro.

Continua sozinha esta viagem, já te apanho na próxima estação.